PLANTAÇÕES DE CAJU EM SERRA DO MEL-RN SÃO AMEAÇADAS POR PRAGAS E GAFANHOTOS
Gafanhotos e outras pragas ameaçam plantações de caju no interior do RN
Produtores rurais de Serra do Mel, no Oeste potiguar, enfrentam dificuldades
para acabar com a ação de insetos que atacam as plantas. Nem aplicação de
veneno resolveu. Gafanhotos atacam plantações de caju no interior do RN
Ele voa de uma planta para outra. As vezes em bando, outras de forma
solitária. Mas sempre com fome. É o gafanhoto - uma praga que está afetando a
produção de caju em algumas comunidades no interior do Rio Grande do Norte. E
esse não é o único inseto que ameaça a safra de castanha deste ano. Na
propriedade do agricultor João Cirino, eles têm dado prejuízo. "Essa é a
praga que está afetando aqui, que não está deixando nada. A pessoa planta, eles
comem. Come até o pasto dos bichos", diz o agricultor. "Vem da mata,
sobe na planta, e só desce quando acaba. Quando acaba, vão pra outra",
complementa. O terreno de João fica na Vila Rio Grande do Sul, em Serra do Mel.
São 20 hectares só com cajueiros.
(Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca)
Nem a planta comum na região escapou da praga. A ação devastadora deve
prejudicar a safra de castanha de 2018. O agricultor fez até planos para
investir em outras culturas, como feijão e melancia, mas não sabe se vale a
pena. Nem com as chuvas os gafanhotos vão embora. "Eles procuram um canto
pra passar a chuva. Quando passa, eles voltam pro trabalho deles, que é
destruir", reforça. Nem veneno afastou as pragas das plantações de caju,
em Serra do Mel, RN.
João tentou combater a praga fazendo pulverização com aditivos químicos
- um investimento que sai caro, com investimento em veneno e no aluguel do
trator, que é feito por hora. Mas não adiantou. Os insetos até se afastaram por
uns dias, não para longe. Com pouco tempo, voltaram a atacar. As pragas também
se espalham por outras localidades. Na Vila Rio Grande do Norte, também em
Serra do Mel, o produtor rural Antônio Vicente Nunes tem que lidar com
percevejos e lagartas, além dos gafanhotos. E os alvos de todos eles são os
mesmos: os cajueiros. "Acaba tudo, não dá uma castanha. Às vezes, no final
do inverno, sai uma folhinha, mas não tem força pra botar castanha",
explica. O inseto que mais tira o sono do agricultor é o conhecido na região
como bicho-pau ou mané mago. O bicho, que mede cerca de 8 centímetros, se
camufla entre as plantas e causa estrago nas folhas. É mais uma das pragas que
atingem os cajueiros da propriedade. "Ele começa a comer as folhas do
cajueiro, come a folha todinha. E quando come o olho da planta, ela morre.
Ataca muito mais que a mosca branca", conclui o produtor.
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