UM POR TODOS E TODOS POR UM

Câmara Municipal de Mossoró (Foto: cedida)

Por Emerson Linhares*

O título deste despretensioso artigo possivelmente remeta o leitor, leitora, em suas reminiscências – e essa será mesmo a intenção -, para as famosas figuras de Arthos, Porthos, Aramis e d´Artnagan que, apesar de ser um quarteto, deram fama a obra de Alexandre Dumas como Os Três Mosqueteiros, publicada em 1844.
A famosa frase un pour tous, tous pour um, na língua do Cardeal Richelieu, inimigo figadal dos mosqueteiros, é na verdade um lema que reforça o sentimento de amizade, companheirismo, lealdade, coesão.
Livros e filmes de capas e espadas a parte (lembrei dos meus tempos de Sessão da Tarde), quero apenas me valer do lema em tela e sobretudo da palavra “todos” para escrever sobre um embate (sem duelo com espadas, mas linguística) que aconteceu na Câmara Municipal de Mossoró, semana que passou, conforme relatou o amigo Erasmo Carlos Firmino, o Tio Colorau, em sua página no Facebook, a quem peço permissão para reprodução parcial:

“A mais nova polêmica na Câmara Municipal de Mossoró envolve o uso do pronome indefinido TODO. Alguns vereadores entendem que a frase “Bom dia a todos” inclui a integralidade dos componentes daquela augusta casa; para outros, a expressão politicamente correta é “bom dia a todos e a todas”. Em sessão havida esta semana houve uma pequena contenda envolvendo tal questão.
Eu enxergo neste assunto um viés objetivo, que seria a aplicação da regra gramatical pertinente; e um viés subjetivo, que envolve a afirmação do feminismo.
Gramaticalmente, claro que o pronome indefinido todo engloba o conjunto dos vereadores. As edis, no entanto, querem o uso de “todas” para reforçar a presença feminina, mesmo o uso sendo desnecessário. (..)”

Como bem diz Erasmo, o correto na forma gramatical é “todos”, pois engloba os vereadores e vereadoras. Mas a polêmica é justamente porque as “vereadoras” - que se candidataram ao cargo de “vereador”, vale lembrar -, querem esse reforço de presença feminina quando do cumprimento inicial dos edis em suas falas e discursos: bom dia, boa tarde...
No post de Erasmo houve uma enxurrada de comentários negativos pela postura em prol do politicamente correto pois entende a opinião pública que há assuntos mais urgentes e mais sensíveis a TODOS, cidadãos e cidadãs mossoroenses, o que é uma verdade inominável.
Os vereadores são cobrados por seus eleitores diariamente seja no rádio, na TV ou nas redes sociais sobre os mais diversos problemas que afligem ruas, bairros e a zona rural,
No fim, não será o não-emprego da palavra “todas” que apagará as conquistas das vereadoras no Legislativo mossoroense. Jamais! O que se espera a partir de agora é que o lema dos espadachins fictícios de Dumas passe a estar presente para que haja amizade, lealdade e companheirismo no intuito de que os 21 vereadores estejam atentos ao múnus público.

Então, Unus pro omnibus, omnes pro uno... E aqui fica meu respeito a todos (e a todas)!

*É diretor de Jornalismo na Rádio Difusora de Mossoró, bacharel em Direito e aluno de Pós-Graduação em Direito Previdenciário da Universidade Potiguar (UnP)


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