FLÁVIO BOLSONARO COPIA QUEIROZ E USA TV PARA EMPURRAR PAÍS COM A BARRIGA


Por Leonardo Sakamoto

Tanto Flávio Bolsonaro quanto Fabrício Queiroz evitaram o MP e foram à TV dizer que não têm nada para esconder e que tudo será explicado, no momento certo, ao MP. O problema é que esse "nada" é tão discreto quanto um filhote de elefante brincando de esconde-esconde sob o tapete da sala de seu pai, no Palácio do Planalto.

O deputado estadual e senador eleito afirmou, em entrevista ao Jornal da Record, na noite desta sexta (18), que não tem "nada para esconder de ninguém" e que vai "onde tiver que ir para esclarecer qualquer coisa", referindo-se à polêmica causada pelas "movimentações atípicas" na conta de seu ex-assessor.

Pouco antes, reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, tratou de engordar o tal elefante. De acordo com um relatório do Coaf, feito a pedido do MP-RJ, foram realizados 48 depósitos de R$ 2 mil, totalizando R$ 96 mil, entre 9 de julho e 13 de julho de 2017, na conta de Flávio. Eles se concentraram na agência bancária que fica dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e despertaram suspeitas.

Flávio poderia ter atendido ao convite do MP e resolvido todas as dúvidas com presteza e transparência. Mas preferiu pedir ao Supremo Tribunal Federal a suspensão da investigação criminal envolvendo seu ex-assessor e motorista Queiroz e a anulação das provas. O senador eleito argumentou que passou a ter foro privilegiado com a diplomação (mesmo que ele só valha apenas para assuntos ocorrido durante o mandato) e quer que o STF aponte a quem deve "prestar os devidos esclarecimentos".

Fabrício Queiroz, por sua vez, revelou, em entrevista ao SBT, no dia 26 de dezembro, que evitou o MP e optou por falar à TV a fim de dizer que o mais importante só dirá ao MP. Faltou às convocações feitas pelo Ministério Público porque, segundo ele, precisava fazer exames devido a um tumor no intestino. Operou no hospital Albert Einstein, no início deste ano, um dos mais caros do país - comprovando que a atividade de rolo de veículos deve ser bem lucrativa. Repetiu que dará esclarecimentos, quando a saúde permitir. Ou seja, algum dia.

Quanto mais tempo levar para surgir uma "explicação plausível", maior será o prejuízo não apenas do senador eleito, mas também do presidente. Primeiro porque a mera suspeita de que funcionários dividiam parte de seus salários com os políticos é terrível para a credibilidade. O que causa problemas para o governo que contava com o papel de articulador de Flávio junto aos senadores. Ao mesmo tempo, o que acontece com seus filhos respinga em Bolsonaro. Ele trouxe os filhos para perto de seu governo, como eminências sem cargo. Natural, portanto, que seja também responsável por eles.

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