Candidatos do PODEMOS dizem que Styvenson é “neocoronel” em novo embate judicial

Foto: Diego Bressani/UOL

EMERSON LINHARES

Diretor de Jornalismo da Rádio Difusora


O que parecia ser uma eleição tranquila para os candidatos a vereador do PODEMOS em 2020, desmanchou-se no ar. Tendo como referência o capitão Styvenson Valentin, senador eleito com mais de 745 mil votos pelo Rio Grande do Norte, e que ficou conhecido pela rigidez quando coordenador da blitzen da Lei Seca, o partido sonhava em chegar ao poder Executivo local com a empresária Bianca Negreiros, mas esta foi alijada do processo em um episódio constrangedor capitaneado pelo próprio senador.

Insatisfeito com o desenrolar dos acontecimentos em Mossoró, Styvenson, que é presidente do PODEMOS no RN, não registrou as candidaturas a vereador no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral e todos tiveram que requisitar o registro individualmente. Isso sem falar que o próprio senador determinou que aquela ou aquela que quisesse vincular sua imagem à campanha teria que motivar o pedido por escrito.

E não ficou só nisso: disse o parlamentar que não tinha interesse em prejudicar ninguém, mas destituiu o diretório do partido em Mossoró. A Justiça Eleitoral foi chamada a se manifestar e o juiz Vagnos Kelly, da 34ª Zona Eleitoral, enxergou não ter sido correta a forma de destituição do diretório do PODEMOS local. O senador recorreu da decisão e se conseguir a dissolução do diretório, Styvenson pode provocar a rejeição dos registros de candidatura da chapa proporcional da agremiação partidária.

Ontem, por intermédio da assessoria jurídica, os candidatos voltaram a reforçar ação ordinária com pedido de tutela provisória de urgência, que tramita na Justiça Eleitoral, censurando a atitude de Styvenson, apontando que “ (...) Tudo que não se esperava da Nova Política era a truculência e as velhas práticas partidárias, em que o partido não passa de mero apetrecho de poder dos seus caciques, inebriados pelo poder e pelas mazelas da herança colonial brasileira, marcantemente patrimonialista, em que não se distinguem o público e o privado (...)”. Eles veem o senador Styvenson Valentim inserido na categoria dos “neocoronéis” da política, surgidos após os atos de 2013 (conhecidos como as “Manifestações dos 20 Centavos”), e que age despoticamente já que mesmo sendo presidente do PODEMOS não é ele em si um órgão partidário para tomar decisão tão drástica e que não seguiu os trâmites corretos conforme decisão liminar do juiz Vagnos Kelly.

Não bastasse essa “correria” para manter suas candidaturas ativas, em breve outro embate acontecerá: o direito que tem os candidatos ao Fundo Partidário Eleitoral, assunto proibido pelo senador Styvenson. Pelo visto, Valentim acredita que dinheiro nasce em árvores para que todos possam bancar suas campanhas.

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