Eleições 2020: O dilema das urnas


Além das lembranças das campanhas memoráveis, a velha política ainda mantém alguns costumes.

Um deles, continuar acreditando que pesquisa ganha eleição.

Como se o eleitorado fosse um rebanho e não houvesse a esperança de uma vacina contra a manipulação de dados.

Mas se o raio Trump cair de novo no mesmo terreno movediço, estará fadada à aposentadoria.

As pesquisas eleitorais precisam ser analisadas por  quem conhece suas entranhas e segredos.

Para saber o  papel que desempenham nas campanhas eleitorais e os danos que causam ao processo, é necessário ouvir alguém do ramo.

A princípio,  relutante em tratar de assunto tabu, o CEO  de um suspeito instituto de pesquisas resolveu jogar pro alto e às favas,  o corporativismo e concordou em dissecar a primeira previsão da corrida pela prefeitura.

Em sua casa de Morro Branco pediu para que não fossem fornecidas outras informações que pudessem  comprometer seu anonimato.

Foi uma entrevista cascudiana.

Inesquecível para todo foca que chega perto de um ícone a ser idolatrado pelo resto da vida.

Se não pelos ensinamentos,  pelo fato de ter siso concedida  sem que o ilustre entrevistado saísse da rede. De dormir.

Pra começar, pediu que se desmistificassem logo as margens de erro.

Para ele, coisa de quem não se segura no taco.

Os quatro candidatos que apareceram com um ponto percentual devem ser eliminados dos cálculos, gráficos e telas de TV.

Todos juntos e esquecidos: os demais não pontuaram.

Da mesma forma, devem ser desconsiderados, os outros cujos resultados não compensam as famigeradas margens de erro.

Os dois que não receberam nenhuma lembrança têm tudo para reclamar, mesmo que digam só acreditarem nas dos dias da eleição.

Tudo bem que eles próprios, os cônjuges e filhos não tenham sido encontrados pelos pesquisadores.

Mas como se explica que de todos os  empregados das suas sete lojas, nenhum vote em Miranda?

E o que dizer do apurado do PSOL?

Mesmo sabendo-se que a extrema esquerda anda difícil de ser identificada, de máscara e camuflada em tons pastéis, não podemos esquecer que é uma candidatura coletiva, com quatro cabeças e um só nome na urna eletrônica.

A chance de não ter sido encontrado  nenhum deles, deixa dúvidas sobre a metodologia empregada.

O candidato da governadora, de origem popular (somente ela. Ele não) com 2%, menos pontos que nomes gauleses, é outra interrogação.

Quando o comitê científico  vai flexibilizar a quarentena da militância?

E por que  os comissionados ainda  continuam em  home office?

A posição do líder é confortável.

Não só por somar mais pontos que os três mais bem posicionados para o Vasco da Gama mas pelo que não é captado em pesquisas convencionais.

Empregando a metodologia esotérica dos desígnios eleitorais, o percentual  alcançado prova que a população associa o nome do prefeito ao seu desempenho no enfrentamento da pandemia.

33%.

Repita… 33.

O frêmito tóraco-vocal não costuma falhar.

Em off, o clarividente mago dos palpites e pitacos revelou que a eleição ainda não está definida.

Se a cota a que tem direito o candidato da raça negra for calculada a partir do patamar do líder, seus 12 pontos serão somados aos 30% do bronzeamento e haverá um empate.

Os números não mentem.

Só os políticos.

E as pesquisas.

Ivan Cabral – 2010


Com conteúdo TL

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