A situação da pandemia de Covid-19 na cidade mais bolsonarista do Brasil


Localizada no interior do Rio Grande do Sul e a 160 km da capital Porto Alegre, Nova Pádua (RS) faz parte do grupo de municípios brasileiros com taxa de mortalidade por Covid-19 acima do índice nacional. A cidade gaúcha registra 351 mortes por 100 mil habitantes, enquanto a média do Brasil é de 206. Com uma população estimada em 2 600 pessoas, Nova Pádua contabiliza nove óbitos pelo novo coronavírus e 294 casos confirmados. O Brasil apresenta mais de 437 000 mortes.

O município gaúcho foi onde o presidente Jair Bolsonaro apresentou, proporcionalmente, o melhor desempenho nas eleições de 2018. No primeiro turno, recebeu 82,75% dos votos válidos contra apenas 4,48% do petista Fernando Haddad com 4,48% (o equivalente a apenas 86 votos). No segundo turno, Bolsonaro obteve 92,6% dos votos válidos, o que rendeu a Nova Pádua o título de cidade mais bolsonarista do Brasil. Em 2014, o município já havia dado a Aécio Neves (PSDB) a maior aprovação no segundo turno contra Dilma Rousseff: 88% dos votos válidos.

Apesar de frequentemente o presidente criticar as medidas de isolamento social, Nova Pádua seguiu o caminho contrário. A cidade tem um Comitê de Enfrentamento da Covid-19, que faz trabalhos de conscientização dos habitantes e o acompanhamento dos casos. Em fevereiro, quando foi registrado um aumento de 10% no número de casos, o prefeito Danrlei Pilatti (PP) voltou a pedir que a população evitasse aglomerações e redobrasse os cuidados. Um número de telefone foi divulgado para que os habitantes denunciassem o descumprimento do isolamento social. A Vigilância Sanitária tem notificado estabelecimentos por descumprir as regras estabelecidas pelos decretos.

A cidade já vacinou a população idosa contra a Covid-19, policiais e, agora, tem imunizado os maiores de 18 anos com comorbidades. Ao todo, 957 pessoas já tomaram a primeira dose e 432 as duas doses. A prefeitura chegou a suspender temporariamente a aplicação da segunda dose da vacina em virtude do atraso no envio dos lotes da Coronavac. Isso ocorreu porque houve uma orientação do Ministério da Saúde de que os municípios poderiam usar a segunda dose como primeira, para aumentar o número de vacinados.


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