Venezuela mobiliza tropas para infrentar as ameaças de Trump




Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira 25 “novas e fortes” sanções financeiras contra a “ditadura” na Venezuela, entre elas, a proibição de negociar bônus soberanos e da companhia petroleira estatal PDVSA. Um decreto assinado pelo presidente Trump, o primeiro que afeta o país e não apenas indivíduos venezuelanos, “proíbe negociar nova dívida emitida pelo governo da Venezuela e sua empresa petroleira estatal”.
Até agora, o governo de Trump só tinha imposto sanções financeiras e jurídicas contra Maduro e 20 funcionários e colaboradores, acusando-os de ferir a democracia, corrupção ou violação dos direitos humanos. Mas a Casa Branca descartou uma eventual operação militar contra a Venezuela no futuro próximo, uma possibilidade evocada há duas semanas por Trump.

Apesar disso, cerca de 900 mil militares e civis venezuelanos farão neste fim de semana manobras com tanques de guerra e soldados, práticas de franco-atiradores, sobrevoo de aeronaves e treinamentos de armas. Cerca de 200 mil homens da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e outros 700 mil milicianos, reservistas e civis foram convocados para participar do “Exercício Soberania Bolivariana 2017”.
- Nunca antes a FANB esteve mais coesa, mais unida. Este exercício vai nos permitir passar para uma nova fase de alerta, de atitude para o combate defensivo - afirmou o chefe do Comando Estratégico Operacional, Remigio Ceballos, rodeado de soldados.


Maduro assegurou que “a Venezuela nunca havia sido ameaçada dessa maneira”, ao se referir à afirmação de Trump que não descarta a opção militar para resolver a crise no país sul-americano e que adotou as recentes medidas financeiras. A embaixada de Washington em Caracas advertiu os cidadãos americanos que vivem na Venezuela para que tomem medidas de segurança ante os exercícios militares, porque haverá civis no treinamento com armas, além de áreas com forte presença militar.
Antes do anúncio das recentes sanções de Washington, Maduro realizou uma troca de postos para enfrentar as sanções econômicas, nomeando Nelson Martínez como novo presidente da PDVSA e Eulogio Del Pino como ministro do Petróleo. O presidente dá por certo que, em breve, os Estados Unidos aplicarão um bloqueio econômico e naval contra a Venezuela, que abriga as maiores reservas de petróleo do mundo e exporta a esse país 42% do 1,9 milhão de barris de petróleo que produz diariamente.
Com 365 mil efetivos, com armamento de origem chinesa e russa e com grande poder político e econômico, a FANB é o principal pilar do governo socialista, cuja gestão é rechaçada, segundo a empresa Datanálisis, por 80% dos venezuelanos. No início de agosto, cerca de 20 homens - pelo menos três oficiais entre eles - invadiram um forte em Valencia e roubaram armas. Segundo especialistas, o episódio deixou aparente o mal-estar na classe média, embora governo e cúpula militar descartem divisões. Em maio, o opositor Henrique Capriles assegurou que 85 soldados, sargentos e capitães foram detidos por divergir da “repressão” a protestos opositores, que deixaram 125 mortos entre abril e julho.

Fonte: O GLOBO

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